Ligações familiares
Dê às crianças o tempo que elas merecem!
Pertencer a uma família é muito importante. Sentir-se integrado, amado e respeitado faz com que as crianças se desenvolvam saudavelmente. O ideal seria que todas as ligações familiares fossem estreitas e fomentadas. No mês em que se comemora o Dia Internacional das Famílias, fomos falar com a Dra. Alexandra Chumbo, psicóloga clínica da Estimulopraxis para saber como podem os pais criar bons laços familiares com os seus filhos.
“Para as crianças é fundamental a pertença a uma família. O primeiro grupo ao qual todos pertencemos ajuda as crianças a relacionarem-se posteriormente com outras pessoas e noutros contextos. São as ligações familiares que ajudam a criança a entender as regras e a perceber o que é bom e o que é mau… É através das ligações familiares que as crianças se sentem amadas, queridas e protegidas, sendo que estes sentimentos são essenciais para um crescimento em equilíbrio”, fundamenta Alexandra Chumbo.
Para que isto aconteça, é essencial que os pais estejam muito atentos às características de cada filho, exercendo a sua parentalidade ajustada à maneira de ser daquela criança. “Isto vai proporcionar que se criem laços fortes de amor, compreensão e protecção, pois se os pais estão atentos à maneira de ser da criança e tiverem isso presente, vão ser adequados com os filhos e vão estabelecer ligações fortes com eles. É importante dedicar tempo aos filhos, escutá-los, percebê-los mesmo no silêncio. Dar-lhes regras e fomentar a sua autonomia, acarinhar e corrigir…”, salienta a psicóloga clínica.
Erros cometidos pelos pais
O dia-a-dia apressado e a falta de tempo faz com que os pais, mesmo que inconscientemente, tomem algumas atitudes erradas.
“Um erro é escolher o caminho mais fácil, dar comida em vez de incentivar a que coma sozinho, arrumar o quarto dos filhos porque é muito mais rápido do que esperar que arrumem. Outra atitude a evitar é dizer coisas que não são verdadeiras, como por exemplo: «se não fazes assim já não gosto de ti» ou «pára com isso senão não jantas»… Isto desautoriza muito os pais”, reforça Alexandra Chumbo.
Comportamentos a fomentar
Para que os filhos cresçam cheios de virtudes e com um forte carácter, os pais devem transmitir-lhes valores como a generosidade, a amizade, a paciência, o auto-controlo, a auto-estima, a justiça, a obediência, a humildade, a sinceridade, o respeito, entre outros.
Cada membro da família tem o seu papel e o segredo é que cada um se mantenha nele sem querer inverter papéis. “É importante que os pais não sejam desautorizados em frente às crianças, mas também é bom dar espaço aos outros membros da família para que exerçam o seu papel mais descontraído junto da pequenada. O ideal é que as crianças convivam com a família envolvente percebendo sempre que quem tem a última palavra são os pais e são eles os responsáveis pelas regras básicas, pelas rotinas e pelas principais decisões da dinâmica familiar”, aconselha a psicóloga clínica da Estimulopraxis.
A relação com os tios e os avós
Os tios e os avós são muito importantes para as crianças e as crianças são ainda mais importantes para os tios e para os avós! “Cada família é única e cada criança é única. Por norma, podemos afirmar que as crianças beneficiam muito com a paciência e sabedoria dos avós, que vibram com a boa disposição da maioria dos tios. Habitualmente, aos avós, os netos fazem maravilhas, tiram-lhes uns anos das costas e fazem com que o tempo “voe”. Aos tios, as crianças ensinam muitas coisas, ajudam-nos a descontrair e a simplificar a vida”, diz-nos a especialista.
Caso os pais necessitem que os filhos fiquem aos cuidados de outros, devem dar-lhes as directrizes e esclarecer como costumam ser as suas rotinas: as horas de dormir, o que pode ou não fazer, o que pode comer, etc. Alexandra Chumbo explica-nos que “o que é bom para a Maria pode não ser bom para o Manuel e isso cabe aos pais decidir e passar essa informação. A quem fica a tomar conta da criança, é preciso dizer que deve seguir as indicações dos pais mas sem perder a sua individualidade e a sua espontaneidade. A vida dá-nos espaço de manobra e se existir bom senso, as crianças e os adultos entendem-se bem”.
Boas ligações familiares? É mais fácil do que parece
- A melhor solução é que trabalhe menos e passe mais tempo com os filhos! Às vezes, ter mais tempo implica fazer escolhas, acordar mais cedo, abdicar da hora de almoço, ser mais rápido na execução das tarefas… Quando isto é possível, é óptimo, porque as crianças precisam mesmo de passar tempo com os pais.
- O tempo passado deve ser de qualidade. É fundamental que todos os dias (ou quase todos!) brinque /jogue/ converse – conforme as idades e os gostos das crianças – pelo menos, durante 15 minutos. Durante este tempo, não pode haver televisão ligada, nem telefones a tocar, nem jantar para fazer, etc. Não é estar “ao pé de”, é “estar com”, que é bem diferente.
- As preocupações do trabalho devem ficar no trabalho. É muito importante que não se “descarregue” nos filhos, é fundamental que se ralhe quando merecem ouvir um ralhete e não porque a mãe está sem paciência porque o dia lhe correu mal no trabalho. É importante corrigir, mas porque a atitude não está certa e não porque se apanhou trânsito e chega a casa muito cansada para sorrir.
- Respire fundo, conte até 10 e recomece! Optimize o tempo em família, aproveite ao máximo para descontrair em conjunto, desfrute da companhia uns dos outros, aproveite para praticar desporto em família, passeie ao ar livre, faça programas culturais interessantes. Basicamente, procure fazer coisas que tragam sorrisos a todos e boa disposição, nomeadamente ao fim-de-semana para que se possam ir “carregando baterias” para a semana de trabalho.
DESTAQUES
“São as ligações familiares que ajudam a criança a entender as regras e a perceber o que é bom e o que é mau”
“Um erro é escolher o caminho mais fácil, dar comida em vez de incentivar a que coma sozinho, arrumar o quarto dos filhos porque é muito mais rápido do que esperar que arrumem”
“As crianças beneficiam muito com a paciência e sabedoria dos avós e vibram com a boa disposição da maioria dos tios”
“É importante corrigir, mas porque a atitude não está certa e não porque se apanhou trânsito e chega a casa muito cansada para sorrir”
“Procure fazer coisas que tragam sorrisos a todos e boa disposição, nomeadamente ao fim-de-semana para que se possam ir carregando baterias para a semana de trabalho”
Dê às crianças o tempo que elas merecem!
Pertencer a uma família é muito importante. Sentir-se integrado, amado e respeitado faz com que as crianças se desenvolvam saudavelmente. O ideal seria que todas as ligações familiares fossem estreitas e fomentadas. No mês em que se comemora o Dia Internacional das Famílias, fomos falar com a Dra. Alexandra Chumbo, psicóloga clínica da Estimulopraxis para saber como podem os pais criar bons laços familiares com os seus filhos.
“Para as crianças é fundamental a pertença a uma família. O primeiro grupo ao qual todos pertencemos ajuda as crianças a relacionarem-se posteriormente com outras pessoas e noutros contextos. São as ligações familiares que ajudam a criança a entender as regras e a perceber o que é bom e o que é mau… É através das ligações familiares que as crianças se sentem amadas, queridas e protegidas, sendo que estes sentimentos são essenciais para um crescimento em equilíbrio”, fundamenta Alexandra Chumbo.
Para que isto aconteça, é essencial que os pais estejam muito atentos às características de cada filho, exercendo a sua parentalidade ajustada à maneira de ser daquela criança. “Isto vai proporcionar que se criem laços fortes de amor, compreensão e protecção, pois se os pais estão atentos à maneira de ser da criança e tiverem isso presente, vão ser adequados com os filhos e vão estabelecer ligações fortes com eles. É importante dedicar tempo aos filhos, escutá-los, percebê-los mesmo no silêncio. Dar-lhes regras e fomentar a sua autonomia, acarinhar e corrigir…”, salienta a psicóloga clínica.
Erros cometidos pelos pais
O dia-a-dia apressado e a falta de tempo faz com que os pais, mesmo que inconscientemente, tomem algumas atitudes erradas.
“Um erro é escolher o caminho mais fácil, dar comida em vez de incentivar a que coma sozinho, arrumar o quarto dos filhos porque é muito mais rápido do que esperar que arrumem. Outra atitude a evitar é dizer coisas que não são verdadeiras, como por exemplo: «se não fazes assim já não gosto de ti» ou «pára com isso senão não jantas»… Isto desautoriza muito os pais”, reforça Alexandra Chumbo.
Comportamentos a fomentar
Para que os filhos cresçam cheios de virtudes e com um forte carácter, os pais devem transmitir-lhes valores como a generosidade, a amizade, a paciência, o auto-controlo, a auto-estima, a justiça, a obediência, a humildade, a sinceridade, o respeito, entre outros.
Cada membro da família tem o seu papel e o segredo é que cada um se mantenha nele sem querer inverter papéis. “É importante que os pais não sejam desautorizados em frente às crianças, mas também é bom dar espaço aos outros membros da família para que exerçam o seu papel mais descontraído junto da pequenada. O ideal é que as crianças convivam com a família envolvente percebendo sempre que quem tem a última palavra são os pais e são eles os responsáveis pelas regras básicas, pelas rotinas e pelas principais decisões da dinâmica familiar”, aconselha a psicóloga clínica da Estimulopraxis.
A relação com os tios e os avós
Os tios e os avós são muito importantes para as crianças e as crianças são ainda mais importantes para os tios e para os avós! “Cada família é única e cada criança é única. Por norma, podemos afirmar que as crianças beneficiam muito com a paciência e sabedoria dos avós, que vibram com a boa disposição da maioria dos tios. Habitualmente, aos avós, os netos fazem maravilhas, tiram-lhes uns anos das costas e fazem com que o tempo “voe”. Aos tios, as crianças ensinam muitas coisas, ajudam-nos a descontrair e a simplificar a vida”, diz-nos a especialista.
Caso os pais necessitem que os filhos fiquem aos cuidados de outros, devem dar-lhes as directrizes e esclarecer como costumam ser as suas rotinas: as horas de dormir, o que pode ou não fazer, o que pode comer, etc. Alexandra Chumbo explica-nos que “o que é bom para a Maria pode não ser bom para o Manuel e isso cabe aos pais decidir e passar essa informação. A quem fica a tomar conta da criança, é preciso dizer que deve seguir as indicações dos pais mas sem perder a sua individualidade e a sua espontaneidade. A vida dá-nos espaço de manobra e se existir bom senso, as crianças e os adultos entendem-se bem”.
Boas ligações familiares? É mais fácil do que parece
- A melhor solução é que trabalhe menos e passe mais tempo com os filhos! Às vezes, ter mais tempo implica fazer escolhas, acordar mais cedo, abdicar da hora de almoço, ser mais rápido na execução das tarefas… Quando isto é possível, é óptimo, porque as crianças precisam mesmo de passar tempo com os pais.
- O tempo passado deve ser de qualidade. É fundamental que todos os dias (ou quase todos!) brinque /jogue/ converse – conforme as idades e os gostos das crianças – pelo menos, durante 15 minutos. Durante este tempo, não pode haver televisão ligada, nem telefones a tocar, nem jantar para fazer, etc. Não é estar “ao pé de”, é “estar com”, que é bem diferente.
- As preocupações do trabalho devem ficar no trabalho. É muito importante que não se “descarregue” nos filhos, é fundamental que se ralhe quando merecem ouvir um ralhete e não porque a mãe está sem paciência porque o dia lhe correu mal no trabalho. É importante corrigir, mas porque a atitude não está certa e não porque se apanhou trânsito e chega a casa muito cansada para sorrir.
- Respire fundo, conte até 10 e recomece! Optimize o tempo em família, aproveite ao máximo para descontrair em conjunto, desfrute da companhia uns dos outros, aproveite para praticar desporto em família, passeie ao ar livre, faça programas culturais interessantes. Basicamente, procure fazer coisas que tragam sorrisos a todos e boa disposição, nomeadamente ao fim-de-semana para que se possam ir “carregando baterias” para a semana de trabalho.
DESTAQUES
“São as ligações familiares que ajudam a criança a entender as regras e a perceber o que é bom e o que é mau”
“Um erro é escolher o caminho mais fácil, dar comida em vez de incentivar a que coma sozinho, arrumar o quarto dos filhos porque é muito mais rápido do que esperar que arrumem”
“As crianças beneficiam muito com a paciência e sabedoria dos avós e vibram com a boa disposição da maioria dos tios”
“É importante corrigir, mas porque a atitude não está certa e não porque se apanhou trânsito e chega a casa muito cansada para sorrir”
“Procure fazer coisas que tragam sorrisos a todos e boa disposição, nomeadamente ao fim-de-semana para que se possam ir carregando baterias para a semana de trabalho”